Por Túlio Magno
Os “justiceiros” das redes sociais.
As redes sociais e a Internet nos permitiram acesso a uma gama de informações, em um curto período de tempo, que de outra forma seriam de difícil conhecimento. Setores da sociedade com poucas possibilidades de se expressarem ganharam nessas plataformas o meio de se fazerem vistos e ouvidos. São inúmeros os benefícios trazidos para conectar as pessoas e democratizar a informação no mundo inteiro.
Mas, ao passo que não se pode negar essa afirmação, as redes sociais também suscitaram uma importante discussão: como garantir o respeito aos Direitos Fundamentais, preconizados em nosso ordenamento jurídico, quando todos podem manifestar seus sofismas e opiniões pessoais blindados pela possibilidade de anonimato por meio de seus notebooks e smartphones?
São cada vez mais comuns e numerosos os casos de achaques e ataques pessoais ferozes nas redes, desencadeados muitas vezes pelos motivos mais banais e discordância de opiniões. Empoderados por uma ferramenta que pode lhes dar audiência e que ainda engatinha no que diz respeito à sua regulação, muitos são os que tentam impor suas verdades mesmo a custo da reputação de outros.
Aí mora o potencial altamente destrutivo da Internet de maneira geral e, de modo particular, das redes sociais.
A velocidade com que a informação é propagada e muitas vezes também distorcida pode resultar em julgamentos precipitados de quem acredita estar fazendo/cobrando “justiça” ao se manifestar, o que pode ocasionar até em linchamentos virtuais e trazer consequências bastante reais para a vida dos envolvidos.
Como é comum afirmarem, a internet não perdoa “erros” e no mundo virtual a sentença acompanha o “condenado” para sempre.
Nesse cenário, é imprescindível que os internautas saibam se mover com cuidado nas redes.
As plataformas ainda oferecem poucos recursos para que os usuários possam se proteger contra possíveis abusos e nossa legislação ainda dá os primeiros passos para a garantia dos Direitos Fundamentais no ambiente virtual.
É imprescindível uma educação para o uso das redes sociais de forma consciente e responsável. O seu direito à liberdade de expressão não pode jamais ferir o direito alheio. A recíproca é verdadeira também para a Internet: o meu direito termina quando começa o direito do próximo.
Túlio Magno é advogado
Conteúdo original: https://ootimista.com.br/jornal-impresso/os-justiceiros-das-redes-sociais/